.degraus

Ela desceu a escada num ritmo acelerado.

Sufocava pensamentos ofegantes que a impediam de dizer qualquer que fosse a palavra. Confusa, apenas descia. Agora estava parada.

Os degraus haviam acabado. Já tinha descido ao fundo da verdade que corroia seus pensamentos, descido toda a escada que lhe era predestinada.

Foi quando ela se deu conta de todas as verdades que lhe atingiam da forma mais bruta.

Era como se a vida tivesse acordado a menina para uma realidade, até o momento invisível. Sentada no último degrau, a menina pensava, na sua vida, no seu caminho, no seu tempo.

Tudo agora tinha uma outra cara, diferente da que ela lhe havia dado.